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Bem vindo à Forja ... Vamos falar de Opinião - Político ou Influencer? Escolha
Cada vez mais os políticos vão entendendo que não é mais possível permanecerem encastelados nos seus ricos escritórios em Brasília, para aparecerem perante os eleitores somente na hora de pedir mais votos. A modernidade criou uma série de canais que permitem o contato direto com os apoiadores quase em tempo real de forma barata, principalmente através das redes sociais. Os que não se adaptarem aos tempos modernos correrão o risco de se tornarem irrelevantes. Hoje, como nunca antes, quem não é visto não é lembrado.
Mas é preciso que se diferencie o político que usa as redes sociais para se comunicar com seus eleitores dos criadores de conteúdo, auto-intitulados "influenciadores digitais" ou simplesmente "influencers", que vivem das migalhas atiradas pelos algorítmos, e precisam juntar uma quantidade enorme de engajamento nas publicações para fazer valer a pena todo o trabalho.
Neste sentido, a campanha eleitoral de Jair Messias Bolsonaro em 2022 se ressentiu da falta de perspectiva dos jovens produtores de conteúdo que se elegeram atrelados ao nome do ex-presidente. Em vez de agirem como políticos e trabalhar para aos poucos converterem seus seguidores em uma real base de apoio político, continuaram a agir como "influencers" que se ressentiam a cada queda nos "likes" e compartilhamentos de seus canais.
E, para manter o engajamento, muitas vezes publicaram material apelativo, com títulos sensacionalistas, exagerando nas piadinhas e agindo como animadores de auditório, mesmo quando os temas prementes exigiam seriaedade na abordagem. Como resultado aconteceu de nem sempre serem levados a sério. Mas gostavam de "virar meme e viralizar", porque isso ajudava na monetização.
Um bom exemplo bem recente deste comportamento aconteceu ontem, dia 5 de março, quando durante a visita do ex-Presidente Bolsonaro alguns apoiadores avisaram aos policiais que faziam a segurança do evento que um rapaz tinha consigo uma faca, como se isso fosse algo extraordinário no Rio Grande do Sul. Aparentemente um rapaz, sem se dar conta das possíveis implicações de seu impulso, viu uma faca em uma das barracas ali montadas e a comprou.
O fato precisa ser apurado com cuidado, é claro que o homem foi conduzido para dar explicações e aparentemente tudo ficou esclarecido. Se soube depois através de pessoas que o conhecem, que ele é eleitor do Bolsonaro, que inclusive divulgou sua escolha nas redes sociais e trabalhou para mudar o voto de amigos e parentes. Tudo indica tratar-se de um caso banal de distração. O rapaz sequer se aproximou da posição onde estava o ex-Presidente.
Vários produtores de conteúdo no entanto, "influences" travestidos e investidos como políticos, mas que ainda não entenderam a importância do cargo que ocupam, se apressaram a divulgar conteúdo sensacionalista que dava conta de que Bolsonaro teria sido vítima de mais um atentado. Apenas com o objetivo de angariar engajamento em seus canais, antes mesmo de se inteirar do assunto.
Uma falha grave para políticos que todo dia se apresentam como vítimas desta mesma atitude por parte da mídia oficial e denunciam o pré julgamento que fazem contra eles. Mostraram ao público que podem não ser assim tão diferentes do que costumam criticar.
Torçamos para que tenham hombridade para se desculparem com o rapaz com a mesma veemência, espaço e tempo que dedicaram à divulgação da desinformação. Ou nunca seremos diferentes e nada mudará neste país.
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