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Educação - Dinheiro Imaginário

Dilma Rousseff disse que iria investir 75% dos royalties do pré-sal em educação. E você acreditou

"Ao longo deste novo mandato, a educação começará a receber volumes mais expressivos de recursos oriundos dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal. Assim, à nossa determinação política se somarão mais recursos, mais investimentos."  
Dilma Rousseff, em discurso de posse
Ministro da Educação

Em que pese a melhor das intenções da presidente, diz o ditado que de boas intenções o inferno está cheio. Afinal Dilma Rousseff assumiu um compromisso de campanha fundamentado num dinheiro que não existia na época e que agora se tornou ainda mais distante a possibilidade de que venha a existir.

Enquanto ela rebatia a argumentação de Marina Silva em um debate, anunciando as perspectivas de arrecadar 350 bilhões de reais oriundos do pré-sal nos próximos 35 anos (10 bilhões por ano, numa conta redonda), o site oficial da Petrobrás anunciava ainda a necessidade de um investimento orçado em 43, 5 bilhões de dólares (143,5 bilhões de reais na cotação de hoje) até 2018 (ou sejam, 35 bilhões de reais por ano), antes que o pré-sal pudesse atingir uma capacidade de produção economicamente significativa. O pré-sal hoje responde por apenas 5% de toda produção de petróleo, em estimativa otimista da companhia. É como contar com o ovo antes da galinha deitar no ninho.

Era evidente que as contas da presidente não batiam com o que fora divulgado no site da empresa. Ainda que se considerassem a manutenção dos investimentos previstos pela Petrobrás juntamente com a projeção de arrecadação divulgada durante o debate, eles jogavam a perspectiva de investimento na educação com o dinheiro do pré-sal para depois do término do segundo mandato da presidente eleita. O problema era saber o que seria feito da educação neste meio tempo, isto é, nos quatro anos efetivos do governo Dilma.

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A resposta veio num choque de realidade tão dramático que não poderia ter sido previsto pelo mais pessimista dos analistas. O governo promoveu uma política de corte de gastos que atingiu em cheio a pasta da educação, com uma tesourada na ordem de 7 bilhões no custeio das universidades federais em janeiro, mal começara o mandato, e de mais 9,4 bilhões em maio, agora na área dos investimentos. Muitas das universidades que sequer conseguiram fechar as contas no ano de 2014 se ressentem do arrocho e denunciam a inviabilidade de se manterem sem os subsídios.

É neste cenário que o atual Ministro da Educação, o Excelentíssimo Senhor Renato Janine Ribeiro, em vídeo postado no Facebook agora em julho resolveu ressuscitar o sofisma do discurso eleitoreiro da presidente, usando-o para criticar o Projeto de Lei proposto pelo senador José Serra. Diz ele que o projeto, que versa sobre a liberação da obrigatoriedade da Petrobrás ser a única operadora do pré-sal e de ter que participar de 30% de todo o investimento nessa área. O Ministro diz que tal Projeto de Lei ameaça fazer com que os "75% dos royalties que iam para a educação deixem de ir para este tão nobre fim".

Considerando-se que a diretoria da Petrobrás se vê forçada a reduzir drasticamente seus investimentos no pré-sal e que por conta disso diminuiu a expectativa de produção projetada já para 2020 em 500 milhões de barris, o Ministro estaria falando de 75% de quê exatamente?

Ora, sua excelência não sabe que os royalties são os royalties e que devem ser recolhidos ao Estado, que é o proprietário da riqueza mineral a ser explorada, não importa quem venha a explorá-la? E que se a Petrobrás, enquanto única legalmente autorizada a operar na exploração do petróleo em águas profundas, não puder explorar estes campos por restrições orçamentárias não haverá royalties dos quais possam sair os tais 75% para a educação?
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Política - Caindo na Matrix

O maior esquema de corrupção de um país começa pela exploração da miséria.


Saindo da Matrix para a realidade

Em 2003 começava a ser posto em prática no Brasil o audacioso projeto do Partido dos Trabalhadores de se manter por (pelo menos) 20 anos no poder. Seus idealizadores traziam na bagagem a experiência de outro país em que isso já acontecera. Impossível não lembrar da invejável longevidade de  Fidel Castro que já governava Cuba por 44 anos. Em uma carta endereçada ao então presidente Hugo Chávez da Venezuela, supostamente escrita por Fidel Castro, estaria detalhada a maneira de se manter por tanto tempo no poder. Seja a autoria verdadeira ou falsa, o certo é que Chávez se manteve fiel à receita ali detalhada e estaria no poder até hoje, não fosse ele acometido da doença que abreviou-lhe a vida. Olhando para os últimos 12 anos do governo petista, não seria demais imaginar que aqui também estivesse em andamento um esquema semelhante, dadas as muitas coincidências verificadas.
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Economia - Estaleiro Mauá, Ainda Não é o Fim

Boas e más notícias para o setor da construção naval: Estaleiro Mauá promete reabrir em breve.

logotipo Mauá fechado
Como você se sentiria se pudesse abrir uma empresa onde não fosse obrigado a investir em novas tecnologias? Onde não fosse preciso buscar a diversificação ou novas metodologias de trabalho, nem buscar o aperfeiçoamento da gestão empresarial, nem nada disso de que depende a sobrevivência das grandes empresas? Se você pudesse continuar a cometer os mesmos equívocos que no passado levaram empresas no mesmo ramo a fechar as portas e mesmo assim continuasse contar com crédito ilimitado no mercado, não importando o quão primários fossem os erros empresarias cometidos? E mesmo assim continuasse a ter prioridade em contratos milionários com a maior empresa estatal brasileira, sem o risco de ser incomodado pela concorrência de empresas estrangeiras? Provavelmente você julgaria ter alcançado o paraíso comercial.

Pois é exatamente assim que se sentem os donos de estaleiros navais. Não importa o que eles façam de suas empresas ou quantos erros administrativos eles cometam, o governo sempre estará disposto a garantir-lhes a sobrevivência em nome da manutenção dos empregos gerados pela indústria naval. Em última instância, é como se os empregados na construção naval fossem reféns de uma situação política, mera moeda de barganha nas mãos de especuladores, onde as concessões pode chegar a bilhões de reais.

Crise do setor naval é mais caótica do que possa parecer

Bilhões de reais! Eis aí uma boa razão para alguém abrir um negócio que sabe estar fadado à falência desde o começo. Sim porque, tendo uma única empresa consumidora, por maior que ela seja, é fato que em algum momento ela terá o suficiente, chegando ao ponto de não precisar mais encomendar seus produtos, como aconteceu no passado (clique aqui para saber quando e como). E aí nem todo o protecionismo do governo seria capaz de ajudá-lo. A não ser que você diversificasse, aperfeiçoasse a gestão, investisse em novas metodologias de trabalho e buscasse novas tecnologias, ajustando sua empresa para competir com o proeminente mercado externo. Todas estas obrigações as quais estão sujeitas as grandes empresas na luta pela sobrevivência, obrigações das quais você estaria fugindo ao escolher abrir um estaleiro no Brasil.

O Estaleiro Mauá fechou as portas (no dia 3 de julho) uma semana depois de ter demitido 1.400 funcionários (leia aqui). Mas não se preocupem. Ainda não é o fim. O estaleiro ainda tem de entregar a Transpetro três navios que estão inacabados. Navios estes que, por pior que sejam seu acabamento e sua qualidade, ainda fazem parte importante da estratégia da Petrobrás e do governo, para escoamento de uma super produção que ela jura que virá em breve.

A demissão em massa foi apenas um aviso ao governo, como a sinalizar que eles não estão brincando. O fechamento foi um blefe. Um blefe arriscado é verdade, mas nada demais para quem já ganhou muito e a rigor não tem nada a perder com o fechamento da empresa, até pelo contrário.

Imediatamente a máquina foi posta em movimento. Setores que se locupletam da proposta aventureira de reabertura dos estaleiros já se mobilizaram e eis que os sindicatos da classe se puseram a convencer aos empregados de que agem no melhor de seus interesses quando organizam uma passeata em direção à Petrobrás e Transpetro com uma rápida passagem em frente a Caixa Econômica. Mas por que marchar em direção às estatais em vez de cobrar diretamente aos patrões, os verdadeiros responsáveis pelo fechamento? O objetivo é claro: exibir seus trunfos, os trabalhadores, perante o governo. Simples chantagem.

 O governo vai ceder, o estaleiro talvez reabra e o dinheiro volte a correr para os bolsos dos especuladores e a mídia tratará de convencer a opinião pública de que isso seja o melhor para o país.
E todos ficarão felizes até a próxima crise, que provavelmente ainda não será a última. Como já ficou demonstrado, a derradeira crise na construção naval será quando a Petrobrás e a Transpetro não tiver mais onde colocar navios e plataformas e suspender as encomendas definitivamente.
Então fiquem tranquilos. Ainda não é o fim.
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Esportes - O Futebol Ainda é um Esporte Bretão

No esporte bretão, ganha quem conseguir ser mais bretão

jogadoras de futebol disputam a bola

Depois da derrota do Brasil pelo Paraguay continuei na frente da TV para assistir a partida entre Inglaterra e Canadá pela Copa do Mundo de Futebol Feminino que está se desenrolando agora no Canadá. Torci pelas anfitriãs mas no final tive de admitir que o futebol continua a ser um esporte bretão. E não somente pela Inglaterra ter vencido o jogo pelo placar de 2 a 1.
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Economia - Estaleiro Mauá, o Começo do Fim

Especuladores financeiros reabriram estaleiros para arrancar o que fosse possível da Petrobrás e da Transpetro.

crepusculo_do_estaleiro_maua

Conforme a FORJA já havia previsto (Leia em "O Sequestro de 3.200 Trabalhadores" e "O Brasil e a Construção Naval") começou a derrocada da proposta aventureira de revitalização da construção naval no Brasil. Aproveitando-se de linhas de crédito abertas a perder de vista especuladores travestidos de empresários arrancaram o que foi possível da Petrobrás, do BNDES, da Caixa Econômica, dos Fundos de Pensão dos trabalhadores e agora vão fechar as portas sem entregar as encomendas contratadas, como se nada tivesse acontecido nos últimos dez anos.

O Estaleiro Mauá (que passou a se chamar EISA Petro-UM para fugir dos credores) é uma empresa do Grupo Synergy de German Efromovich.

Na semana em que o Synergy Group perdia uma batalha comercial na Europa pela compra da empresa pública de transportes aéreas portuguesa (TAP), o Estaleiro EISA Petro-Um pagava somente 70% dos salários de seus funcionários. O Grupo havia oferecido 350 milhões de Euros, sendo 250 milhões em dinheiro. Isso fez circular entre os "colaboradores" do EISA Petro-Um a piada de que eles estariam emprestando dinheiro ao Grupo Synergy, consequentemente "colaborando" para uma boa causa. O que ao fim não está muito longe da verdade.

Tendo perdido a licitação o Grupo Synergy ao menos teoricamente passaria a contar com este dinheiro em caixa para outros usos mais urgentes. Mas em vez de realocar os recursos disponíveis para solver as dificuldades financeiras de uma das empresas do grupo, tratou de conseguir outro empréstimo com o aval do governo para pagar os 30% restantes, seguindo a cartilha de negócios de German Efromovich. Por que gastar o meu dinheiro se eu posso gastar o seu?

Acontece que a condição imposta pelo governo para entrar em mais esta ratatúia como avalista de negócios privados, que seria a garantia de manutenção dos postos de trabalho, foi esquecida em menos de duas semanas. O Estaleiro EISA Petro-Um demitiu nos dias 23 e 24 de junho cerca de 1.400 funcionários, deixando implícita a ameaça de demitir o restante se o governo não intervir junto aos bancos públicos e privados no sentido de haver mais liberação de verbas.

1.500 funcionários demitidos. Estaleiro alega "grave crise financeira"

O Grupo Synergy jamais desviará recursos de suas outras empresas ou se desfará de ativos para salvar aos estaleiros. Por uma razão bem simples de ser entendida. Os estaleiros brasileiros reabriram já fadados à falência. Qualquer um que tenha lido o relatório do BNDES emitido no ano de 1997 sobre as razões da falência dos estaleiros naquela época, vendo a história se repetir, sabe disso. Efromovich jamais fez qualquer investimento de peso no sentido de modernizar os estaleiros navais de seu conglomerado. Não que não faltasse boa vontade do governo e das instituições financeiras públicas e privadas no sentido de liberar verbas para o soerguimento da Indústria Naval Brasileira. Cabe agora ao Ministério Público e ao TCU investigar onde foi para a dinheirama injetada no setor tendo o governo como avalista.
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Filosofia - Agnósticos, Estes Desconhecidos

Agnosticismo não tem nada a ver com deuses, tem a ver com conhecimento

Agnosticismo tem origem na Grécia antiga

Agnosticismo não é como o Teísmo ou o Ateísmo.
Agnosticismo não tem nada a ver com deuses (Theos).
Tem a ver com conhecimento (Gnosis)
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Jornalismo - As Imagens e a Idolatria Surda

 Uma imagem pode falar mais do que mil palavras mas nem sempre as pessoas querem ouvir o que ela diz.

atriz representou martírio dos excluídos

"Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o Senhor, em Horebe, falou convosco do meio do fogo;
Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher."

Os hebreus contaram há milhares de anos em seus escritos sagrados sobre como seu Deus se achegou a eles,  mediante seus profetas, e os proibiu terminantemente de adorar a imagens. Recentemente tivemos um exemplo contundente do quanto a adoração de imagens pode se tornar tão perniciosa ao ponto de despertar os instintos assassinos do mais pio dos religiosos, dando razão aos profetas.

Fez sucesso nos jornais e por toda a internet a foto da transsexual que "ousou" desfilar na Parada Gay de São Paulo representando uma figura semi nua, ensanguentada e crucificada. Por conta da associação imediata da performance artística com a conhecida imagem da crucificação de Jesus exposta em todas as igrejas católicas a atriz Viviany Beleboni, de 26 anos, sofreu os mais diversos ataques e ameaças por toda a internet vindas até mesmo de não católicos, para quem as imagens usadas na liturgia católica sempre foram alvo de críticas acirradas.

Manipulação política usa a adoração de imagens para deturpar a simbologia artística da apresentação

Em um dado momento um meme com a falsa notícia de que ela teria sido assassinada, mostrando uma foto do que seria seu cadáver encontrado nu com os braços abertos em um terreno baldio, chegou a ser comemorado por cristãos fervorosos. Chegaram ao cúmulo de atribuir o suposto desfecho trágico à interveniência de seu amoroso Deus. "Com Deus não se brinca" bradaram aos sete cantos da internet pelas redes sociais afora. A maioria dos religiosos cristãos deveria estar envergonhada pela reação dos que dizem comungar da mesma fé. Esse Deus que esses muitos (porque foram muitos) dizem adorar definitivamente não é aquele mesmo Deus de amor, da compreensão e da ternura o qual Jesus teria anunciado na Galileia. Se fosse, quiça eles seriam mais tolerantes.

A intolerância fala mais alto entre os cegos

Os que idolatram imagens tendem a se apossar de seu objeto, não permitindo que se lhes faça qualquer outra alusão senão aquela que eles convencionaram. E aí reside o perigo da adoração de imagens. Na interpretação do significado da imagem. Quando não se distingue a diferença entre o objeto representado e a imagem pessoal que se tem dele. Para o adorador de imagens toda imagem idolatrada por ele só pode ter como objetivo o de ser adorada e qualquer aparente distorção  dada ao significado daquela imagem poderá ser digno de um apedrejamento moral, quando não beiramos à barbárie do apedrejamento físico.


Viviany Beleboni explicou em entrevista que quis com sua representação (sim, ela é atriz) expor o sofrimento e a perseguição a que estão sujeitos muitos homossexuais. Um sofrimento que por vezes chega às vias da execução sumária de pessoas cujo único crime é ser diferente da maioria. Nisso ela viu a analogia dos tantos mártires mortos pela crucificação no passado, entre os quais o Jesus Nazareno certamente é o caso mais conhecido, embora saibamos que ele não foi o único a ser mortificado desta maneira, entre tantas outras formas de martírio que a intolerância humana pode imaginar. Mas quem adora a própria imagem que faz das imagens não pode alcançar a amplitude do tudo que uma imagem pode significar.
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