. POLÍTICA - VOLODYMYR ZELENSKY, UM PALHAÇO OU UM HERÓI? POLÍTICA - VOLODYMYR ZELENSKY, UM PALHAÇO OU UM HERÓI? ~ Forja de Hefestos - Opinião Independente

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POLÍTICA - VOLODYMYR ZELENSKY, UM PALHAÇO OU UM HERÓI?


Afinal, quem é o homem que ousou resistir a ofensiva de um dos mais poderosos exércitos da Terra?

Volodymyr Zelensky
* "O ser humano comum quer apenas viver, sem um grande ideal. Isso nunca foi uma opção na vida russa e até mesmo a ficção da literatura russa mostra isso. No geral, os soviéticos somos um povo bélico desde nossas origens. Ao longo de nossa história, ou estávamos em guerra, ou nos preparávamos para a guerra. Nunca vivemos de outra maneira..."
* Svetlana Aleksiévitch no livro "O Fim do Homem Soviético" - 2013 (tradução livre do Russo)

Zelensky tem 44 anos e é o atual Presidente da Ucrânia, desde maio de 2019. Formado em direito pela Universidade Nacional de Economia de Kiev, se firmou como ator de sucesso ao encontrar na comédia sua veia artística. Ganhou popularidade ao interpretar o personagem cômico de um professor de história que se tornou Presidente da Ucrânia quase por acidente depois de um discurso contra a corrupção do governo no seriado "O Servo do Povo", que fazia sátira a condução política do país, abordando temas importantes com uma boa dose de humor.

Especialmente no Brasil, onde a média de inteligência dos comediantes da geração Rouanet não é das melhores, o passado de Zelensky como comdiante parece depor contra ele por ter se tornado Presidente de um país que de repente ganhou importância no cenário mundial. Mas isso não passa de um preconceito. A crítica ácida ao governo contida no seriado, do qual Zalensky era produtor e também roteirista, despertou no povo ucraniano o desejo por mudanças, fazendo crer que Zalensky poderia ser uma boa opção como Presidente na vida real, o que o levou a ser eleito com 73,22% dos votos.

No atual cenário em que a Ucrânia está sendo novamente invadida pela Rússia sob o comando de Vladimir Putin, a capacidade política de Volodymyr Zalensky está sendo posta à prova. A primeira grande investida russa foi em 2014, quando Putin se aproveitou da fragilidade do governo ucraniano ante a insurgência de separatistas de origem russa na Criméia patrocinados pelo próprio governo de Putin, que culminou na anexação desta região ao território russo, sob o olhar perplexo da comunidade internacional.

Aquela investida direta bem sucedida de Vladimir Putin contra o território ucraniano foi o que motivou o primeiro pedido do governo para integrar naquela época a OTAN, o Tratado de defesa e apoio mútuo organizado pelos países do Atlântico Norte. Mas o pedido foi ignorado na época.

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Desde 2014 Putin tem dado continuidade a sua ofensiva, fomentando e patrocinando veladamente com apoio militar a novas rebeliões separatistas no território ucraniano, agora em Lugansk e Donetsk, na região do Donbass, seguindo a mesma estratégia usada na tomada da Criméia. Quando o Presidente Zelensky decidiu que agiria energicamente contra os rebeldes terroristas instalados no território ucraniano, Putin abandonou sua falsa posição de isenção e ameaçou retaliar qualquer agressão contra os separatistas com o envio de tropas.

Esta segunda ameaça de Vladimir Putin foi o que resultou no segundo apelo desesperado do governo ucraniano pela ajuda da OTAN sem sucesso mais uma vez, porque alguns países integrantes do bloco, entre eles a Alemanha, que dependem fundamentalmente das fontes de energia fornecidas pela Rússia votaram contra novamente.

No dia 15 de fevereiro deste ano de 2022, a Russia anunciou a retirada das tropas estacionadas
 na fronteira da Ucrânia e sinalizou com a retirada do restante das tropas no dia 18. No entanto, o exército russo se movimentava secretamente através do território da Bielorrússia, lançando seu ataque covarde no dia 24 de fevereiro. Agora Putin não queria só anexar Lugansky e Donestsk. Seu objetivo era invadir a capital Kiev e depor o Presidente Volodomyr Zelensky para dominar toda a Ucrânia.

Tudo isso sob o olhar complacente da comunidade internacional que, assim como Putin, esperavam que a questão se resolvesse no máximo em dois dias, para então poderem voltar a "normalidade" de seus dias.

Mas eles esqueceram de combinar com os ucranianos. Zelensky não fugiu, como Putin imaginava que aconteceria. Em vez disso, montou uma resistência heroica com o apoio da população, que se mobilizou em torno de seu Presidente, para repelir o invasor mesmo com o sacrifício da própria vida.

Na medida em que o conflito se estende além do previsto e as notícias da morte de civis, entre eles mulheres e crianças sob o efeito implacável das bombas que caíram sobre suas cabeças atingindo hospitais e áreas residências se espalham e os próprios russos se mobilizam para se manifestar contra esta insanidade, a comunidade internacional, como que despertando de um inexplicável torpor, reconheceu que talvez Putin pudesse ter ido longe demais desta vez.

Enquanto o Conselho de Segurança da ONU lançava uma inócua nota de repúdio contra a invasão e alguns países coloriam seus monumentos históricos com as cores da Ucrânia em ato hipócrita e tão inócuo quanto, outros países tomaram a iniciativa de enviar armamentos para a resistência e colocaram seus serviços de ajuda humanitária a serviço do Governo ucraniano. Ações como esta podem ainda reverter o desenrolar dos acontecimentos a favor da Ucrânia.

Putin esperneia e ameaça de lançar um ataque nuclear contra quem ajudar a Ucrânia. Mas no fundo ele sabe que já perdeu esta guerra, não importa quantas batalhas ainda possa vencer. Sua imagem estará para sempre manchada perante o povo soviético como o covarde que se tornou perante o mundo.

Se levarmos em conta a descrição do caráter do povo soviético contido na citação de Svetlana Aleksiévitch no início deste artigo, eles são um povo beligerante sim, desde a sua formação, mas são leais a seus princípios e nunca poderão perdoar a covardia de um General.

Por outro lado, ainda do ponto de vista da descrição citada, Volodomyr Zelensky, o ex-comediante, reúne as qualidades para ser sim considerado como um herói pelo povo ucraniano, quiçá pela maioria dos soviéticos espalhados por todos os países que compunham a antiga União Soviética.

Foi a persistência deste homem junto ao povo, resistindo por vários dias a um inimigo numericamente superior, que permitiu o despertar do mundo para o que estava acontecendo naquele
 país até então sem nenhuma importância no cenário mundial. Mesmo que uma bomba atinja a sede do governo em Kiev e ele morra amanhã, jamais será esquecido pela história deste povo que idolatra tanto a guerra quanto a bravura.


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