. Forja de Hefestos - Opinião Independente

🌍 Use Translator (By Google)

Mostrando postagens com marcador Educação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Educação. Mostrar todas as postagens

Educação - Eu, Professora

Por Valéria Moura

Eu, Professora

No Colégio Estadual Júlia Kubtschek

Tudo começou em 1980.
Eu era adolescente, e logo conheci prós e contras que a carreira apresenta...
Fazia estágio do curso Normal em uma carente e problemática escola estadual...
Fui me apaixonando e me desesperando.
A alegria de ajudar na alfabetização, ia se contrapondo com as inúmeras dificuldades que necessitavam mais do que eu poderia dar de verdade...
Faltava minha competência técnica, e dos governantes o compromisso político.
Eu não resolveria o problema apenas com meu pouco conhecimento e coração amigo...

Assim, logo senti a necessidade de aperfeiçoamento e ingressei direto na faculdade.
Pedagogia foi meu curso escolhido e lá fiquei sabendo que o mesmo tinha fama de " pega marido".
Já era um prenúncio de como os governantes encaravam a profissão.
Mas fui em frente e não desisti não.
Entrei para o magistério estadual e municipal lá da Baixada e foi aí que quase fiquei desesperada.
Chovia dentro da sala de aula...
Crianças famintas, querendo mais que a tabuada.
Eu ainda tinha que conciliar trabalho com faculdade e precisei morar longe da família e morria de saudade. Não havia telefone, nem internet.
Ficava sem notícias e eram constantes minhas preces.

Aprendi a conciliar os conhecimentos com a realidade que eu ia vivendo.
E fui batalhando e me envolvendo e chorei emocionada ao ver os alunos lendo.
E fui compreendendo o tal descaso governamental ...
Professor é gente, é bacana e batalha por um mundo mais igual.
Mas não paga as contas o tal nobre sentimento e até hoje não considero justo o meu pagamento.
E nesta estrada tão longa percorrida ainda vi gente sofrida.
Vi criança que sofreu maus tratos, sem concentração pra nenhum aprendizado.
Vi criança sonhando com lápis de cor e muitas mesmo sofrendo com a falta de amor...

Resolvi me aperfeiçoar no mundo das letras, era tenra ainda na idade e com muita coragem concluí a segunda faculdade.
E mudei de segmento, acreditando em uma nova experiência enriquecedora.
Orgulho-me sempre de ser chamada de PROFESSORA!
As dificuldades sempre foram desafiadoras e nunca entreguei os pontos ,encarava-as como enriquecedoras.
Até atuei em escola especial e pude conviver e refletir sobre o que realmente é ser ""normal"...
Uma grande emoção foi trabalhar com formação de professores!
Aquela convivência trouxe à tona sentimentos muito inspiradores.
E lá trabalhei em projeto de âmbito nacional, capacitando auxiliares de creche, fortalecendo o empenho profissional.
Eu os vi, resgatando a autoestima. FOI SENSACIONAL!!!
Muitos alunos me viram como inspiração e fico feliz ao constatar que seguem confiantes na profissão.

Mas minha grande tristeza não posso deixar de aqui registrar.
Foi quando vi os rostos de alunos estampados em jornal popular...
Foram assassinados brutalmente ...
Sei que não eram inocentes...
Dói aqui no peito só de lembrar que a escola não conseguiu resgatá-los e isso me faz até hoje chorar...
Trabalhei em escola bem próxima à comunidade carente e violenta.
Já me escondi embaixo da mesa,com medo da bala que se desorienta.

Tive que me adaptar á tecnologia pois sou do tempo em que nem telefone a escola tinha.
E fui ensinando e aprendendo, dando força e também recebendo.
Em momentos muito tristes de minha vida foram os alunos, às vezes sem perceber, que me orientaram na saída.

Hoje estou aposentada e com a consciência tranquila de uma profissional realizada.
Trabalhei com gente e ajudei a construir uma melhor sociedade.
Nos olhinhos brilhantes dos alunos, EU VI A ETERNIDADE!!!
Que os amigos da ativa, possam ter muita força para os desafios vindouros.
Todas as profissões nascem da nossa, por isso VALEMOS OURO!!!!!!!!!!

Professora Valéria Moura

------------------------------------------------------------------------------------------------------
Este texto é uma contribuição da Professora Valéria Moura e está desde já sob Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Originalmente publicado na linha do tempo de seu perfil no Facebook em 15 de outubro de 2015, Dia dos Professores, sendo reproduzido integralmente aqui com a devida autorização da autora. 

Fica aqui o registro de nosso agradecimento pela generosa contribuição.
Compartilhe:

Educação - Dinheiro Imaginário

Dilma Rousseff disse que iria investir 75% dos royalties do pré-sal em educação. E você acreditou

"Ao longo deste novo mandato, a educação começará a receber volumes mais expressivos de recursos oriundos dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal. Assim, à nossa determinação política se somarão mais recursos, mais investimentos."  
Dilma Rousseff, em discurso de posse
Ministro da Educação

Em que pese a melhor das intenções da presidente, diz o ditado que de boas intenções o inferno está cheio. Afinal Dilma Rousseff assumiu um compromisso de campanha fundamentado num dinheiro que não existia na época e que agora se tornou ainda mais distante a possibilidade de que venha a existir.

Enquanto ela rebatia a argumentação de Marina Silva em um debate, anunciando as perspectivas de arrecadar 350 bilhões de reais oriundos do pré-sal nos próximos 35 anos (10 bilhões por ano, numa conta redonda), o site oficial da Petrobrás anunciava ainda a necessidade de um investimento orçado em 43, 5 bilhões de dólares (143,5 bilhões de reais na cotação de hoje) até 2018 (ou sejam, 35 bilhões de reais por ano), antes que o pré-sal pudesse atingir uma capacidade de produção economicamente significativa. O pré-sal hoje responde por apenas 5% de toda produção de petróleo, em estimativa otimista da companhia. É como contar com o ovo antes da galinha deitar no ninho.

Era evidente que as contas da presidente não batiam com o que fora divulgado no site da empresa. Ainda que se considerassem a manutenção dos investimentos previstos pela Petrobrás juntamente com a projeção de arrecadação divulgada durante o debate, eles jogavam a perspectiva de investimento na educação com o dinheiro do pré-sal para depois do término do segundo mandato da presidente eleita. O problema era saber o que seria feito da educação neste meio tempo, isto é, nos quatro anos efetivos do governo Dilma.

Leia também:

Economia - Semana Ruim de Eike Batista

Economia - O Conto do Vigário

A resposta veio num choque de realidade tão dramático que não poderia ter sido previsto pelo mais pessimista dos analistas. O governo promoveu uma política de corte de gastos que atingiu em cheio a pasta da educação, com uma tesourada na ordem de 7 bilhões no custeio das universidades federais em janeiro, mal começara o mandato, e de mais 9,4 bilhões em maio, agora na área dos investimentos. Muitas das universidades que sequer conseguiram fechar as contas no ano de 2014 se ressentem do arrocho e denunciam a inviabilidade de se manterem sem os subsídios.

É neste cenário que o atual Ministro da Educação, o Excelentíssimo Senhor Renato Janine Ribeiro, em vídeo postado no Facebook agora em julho resolveu ressuscitar o sofisma do discurso eleitoreiro da presidente, usando-o para criticar o Projeto de Lei proposto pelo senador José Serra. Diz ele que o projeto, que versa sobre a liberação da obrigatoriedade da Petrobrás ser a única operadora do pré-sal e de ter que participar de 30% de todo o investimento nessa área. O Ministro diz que tal Projeto de Lei ameaça fazer com que os "75% dos royalties que iam para a educação deixem de ir para este tão nobre fim".

Considerando-se que a diretoria da Petrobrás se vê forçada a reduzir drasticamente seus investimentos no pré-sal e que por conta disso diminuiu a expectativa de produção projetada já para 2020 em 500 milhões de barris, o Ministro estaria falando de 75% de quê exatamente?

Ora, sua excelência não sabe que os royalties são os royalties e que devem ser recolhidos ao Estado, que é o proprietário da riqueza mineral a ser explorada, não importa quem venha a explorá-la? E que se a Petrobrás, enquanto única legalmente autorizada a operar na exploração do petróleo em águas profundas, não puder explorar estes campos por restrições orçamentárias não haverá royalties dos quais possam sair os tais 75% para a educação?
Compartilhe:

Educação - Ignorância Útil

A maior aliada de um governo é a ignorância do povo?


( Leia a primeira parte deste artigo AQUI )


Ignorância é aliada política


Discutíamos a validade da máxima de que "o maior inimigo de um governo é o povo culto". Propomos então que avaliássemos as variáveis antagônicas da afirmativa na frase. Ora, se o povo culto é o maior inimigo do governo, então o governo também deveria ser inimigo do povo culto. Por outro lado o governo teria de reconhecer a vantagem de ter um povo ignorante ao seu lado. Fora a conclusão óbvia de que um povo ignorante, pela própria definição, poderia não saber exatamente o que esperar de seu governo, o que o colocaria numa condição de dependência total de seus governantes, para o bem ou para o mal, ainda havemos de buscar sinais objetivos onde o governo acabe favorecido nesta relação.
Compartilhe:

Educação - A Tirania da Ignorância

A quem poderia interessar uma nação composta por pessoas ignorantes?

Ignorantes liderando ignorantes

O Grande Ignorante, não conhecendo nada além da ignorância, e consequentemente não tendo nada mais ao que apelar, apela naturalmente para a ignorância. O Grande Ignorante desdenha da possibilidade de existência de pessoas esclarecidas, com o mínimo de inteligência, capazes de perceber a imbecilidade dele.
Compartilhe:

Educação - O Desafio da Desmistificação do Conhecimento

Ouça a Narração

Bem vindo à Forja. Vamos falar de Educação - O Desafio da Desmistificação do Conhecimento

   

Os sistemas de ensino formam repetidores de "verdades" vindas de quem se julga guardião do conhecimento.   

 

the wall o filme


Já lhe ocorreu de você quase desistir de fazer alguma coisa por imaginar que poderia ser mais difícil do que realmente foi? Apesar da fama de ser propenso ao pessimismo entre os meus amigos, tendência que eu como todo pessimista chamo de realismo, trago comigo uma característica que mudaria o julgamento dos demais por ser inerentemente ligada ao otimista: eu sou um cara persistente. E foi sendo persistente que adquiri algum conhecimento geral, a despeito das dificuldades que os enfunados donos do conhecimento alegaram ao longo de minha busca.   

Ao conhecer exatamente uma matéria qualquer passei a perceber que a maioria das dificuldades atribuídas a obtenção daquele conhecimento exato se devia a algum tipo de mistificação em torno do assunto. Esta mistificação pode se apresentar de diversas formas e em quase todas as áreas do conhecimento humano, o que torna a vida dos estudantes uma tarefa árdua ao ponto de relativamente poucos cheguem realmente a usufruir de alguma sabedoria decorrente de seu conhecimento. Entendendo que a sabedoria prática está intimamente ligada ao uso criativo e crítico do conhecimento adquirido.   

Os sistemas educacionais no entanto são voltados para a formação de repetidores incontestes das verdades afirmadas por aqueles que julgam a si mesmos como guardiões do conhecimento. Os "intelectuais" do mundo em geral, e os brasileiros especialmente, tendem a usar de artifícios que pretendem proteger o conhecimento daqueles que são preconceituosamente julgados como incapazes de compreendê-lo.   

Um dos principais meios de mistificação do conhecimento é o uso profícuo e persistente de termos técnicos específicos ou de neologismos relativos numa determinada área do conhecimento. Não saber o significado dos termos inventados a priori para definir uma matéria específica prejudica terrivelmente a compreensão de elementos simples. Pior ainda quando se trata de um termo já conhecido e se lhe dá um significado totalmente diferente daquele encontrado nos dicionários.   

Por exemplo, temos o caso de alguns que nos consideram ignorantes quando dizemos que um símio e um macaco são a mesma coisa. Quem ainda não ouviu um técnico explicando que não é verdade que a teoria da evolução afirme o homem descende de macacos mas sim de símios anteriores aos macacos? Isso faz algum sentido à luz da simples etimologia das palavras?   

Ou ainda, há os que insistem que teoria e hipótese não são sinônimos, quando nós sabemos que são. Os mistificadores do conhecimento tentarão de todos os modos nos convencer que estamos errados, e que num determinado contexto tratam-se de coisas diferentes quando não são em nenhuma instância linguística.   

Pela simplicidade na educação!   

Comecemos agora uma campanha educacional que não se mostrará fácil, mas que não seria impossível. Rejeitem a mistificação do conhecimento, qualquer que seja o assunto em pauta. Cobrem de seus educadores o porquê de afirmarem o contrário daquilo que nos parece ser óbvio, mas que no discurso deles torna-se algo quase incompreensível, fazendo nos sentir como tolos perante suas auto-inferidas autoridades.   

 Lembremos Guilherme de Ockham: quando houver duas versões que expliquem um mesmo fato, a mais simples é a que mais se aproxima da realidade.   

Diga não à mistificação do conhecimento em nome da simplificação do ensino.   

Educação - O Desafio da Desmistificação do Conhecimento

Compartilhe:

-

COMPARTILHE COM OS AMIGOS 🧡

POLÍTICA - A GUERRA NA UCRÂNIA

  Quem será o maior derrotado no conflito na Ucrânia? Haverá vencedores? O que dizem os especialistas? Hoje, dia 15 de março de 2022, se com...

Pesquise um Assunto🔎

Faça uma Doação 💲

Faça uma Doação 💲
Com o apoio de leitores como você muitas melhorias já foram feitas. Ajude a manutenção do site doando qualquer valor. Obrigado a todos. 💝

Chave PIX 🔑

forjaartpress@gmail.com

Seguidores 🙋‍♂️🙋‍♀️

Recomendados 📚

VALE A LEITURA 📖

Formulário de Contato✍

Nome

E-mail *

Mensagem *

Postagens mais visitadas