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Economia - FHC e o Plano Real

O cacife político de FHC foi definitivo para que ele tivesse algo fundamental a qualquer plano econômico: CREDIBILIDADE.

Fernando-Henrique-Cardoso

Quem me acompanha há algum tempo sabe que eu falo de Fernando Henrique e do Plano Real com certa satisfação e um sentido íntimo de gratidão.  Fui vítima direta de dois dos planos anteriores. Fiquei muito tempo desempregado no primeiro e uma pequena empresa que eu tocava com meus parentes faliu junto com o plano na segunda vez.
O fato é que, eu recebi o Plano Real com muita desconfiança. Passei a prestar uma maior atenção ao mecanismo do plano, para tentar ver como ele funcionava e principalmente para evitar cair junto quando ele fracassasse, como me acontecera antes. Aí eu pude entender a genialidade por trás do Plano. Desde a dolarização disfarçada até a insatisfação de quem não estava contente por perder dinheiro com o câmbio. Eu assisti a tudo.

Não adianta ser um grande economista se não for um bom político

Os críticos tem razão quando dizem que o Plano não foi bolado pelo Fernando Henrique.
Ele soube se cercar de uma equipe competente, como deve fazer um bom Ministro da Fazenda, coisa que os atuais Ministros não entendem. Parecem morrer de medo de levar uma rasteira, como a que o atual Ministro Fazenda tentou dar no Mantega há alguns anos. O Fernando Henrique não tinha este problema. Não precisava competir com os economistas. Ele era só um bom político. Coisa que também faz falta ao atual governo.
Fernando Henrique foi quem bancou politicamente o Plano junto ao Congresso. O Itamar não tinha esta expressividade nem o trânsito do FHC junto aos seus pares. O cacife político de FHC foi definitivo para que ele tivesse algo fundamental para que qualquer plano econômico funcione: CREDIBILIDADE. Esta mesma credibilidade que faltou ao Levy agora. Não adianta ser um grande economista se não for político. E isso o FHC é.
Politicamente ele só não convenceu ao PT.
Mas ao PT ninguém nunca convenceu de nada politicamente.

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Aos poucos, na medida em que a URV funcionava e o plano avançava fui me convencendo, eu e a maioria dos brasileiros, que este plano era diferente. Isso aumentou ainda mais a credibilidade e FHC se sentiu confortável para avançar. Eu disse a maioria dos brasileiros. Mas não todos. Haviam os empresários.
Muitos empresários tinham deixado de ganhar dinheiro fácil. Agora, para ganhar dinheiro teriam de produzir, e muitos não estavam preparados para isso. Foi precisamente a esse grupo de insatisfeitos que o PT se juntou e está junto até hoje. Juntou-se para traçar estratégias que enfraquecessem o Plano. Procuraram seus pontos fracos. Nenhum plano é infalível. Não que tivessem uma opinião abalizada que desabonasse o plano econômico. O motivo era outro.
Fernando Henrique não herdou de seus antecessores reservas cambiais suficientes que pudesse usar contra ataques especulativos. Pelo contrário. Tudo o que ele tinha era praticamente o controle das taxas de juros. Aí os ataques vieram, com força. Para construir reservas ele teve de abrir o Brasil para o capital estrangeiro, antes do previsto, intempestivamente, mas foi obrigado. O Plano estava sob ataque. O PT tentava barrar no Congresso tudo o que o Presidente propunha. O PT só pensava nas eleições. Dane-se o Brasil.
A abertura do mercado enfureceu ainda mais os que ganhavam dinheiro nas apostas da ciranda financeira. Se agora eles tinham de trabalhar para ganhar dinheiro, teriam de trabalhar dobrado, para competir com os estrangeiros, melhor capacitados e mais acostumados a investir seriamente com vistas no futuro.

As privatizações, que hoje são usadas como se fossem o ponto fraco do governo FHC se precipitaram, devo admitir. Foram medidas desesperadas de quem precisava fazer caixa. Os empresários não queriam trabalhar. Sentiam falta dos subsídios. Os lobistas estavam loucos. Os solavancos a que o Plano Real esteve exposto, foram muitos e foram fortes, se devem a esta conjunção de fatores. Havia um Partido anti-governista que faria qualquer coisa pelo poder, aliado ao que há de pior no empresariado brasileiro e mais a falta de um esteio em reservas que defendesse o Plano de seus ataques.

Fernando Henrique se saiu bem, apesar dos pesares. Até quando Lula inconsequentemente ameaçou dar um calote no mundo quando ganhasse as eleições, fazendo os investidores fugir levando os dólares consigo, o Fernando Henrique soube segurar as pontas. Pediu dinheiro emprestado, se sujeitou às regras do FMI, fez o que podia.

Lula recebeu sim, um Plano bem encaminhado, dentro da medida do possível, em face a conjuntura. Bastaria ele vir a público negar as bravatas eleitoreiras e o resto se encaixaria. O capital estrangeiro voltaria e a economia se estabilizaria, como se estabilizou.
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